quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ATIVIDADES DO DISTRITO DE DORES DO PATUSCA


A indústria de montaria prosperou e gerou muitos empregos, até mesmo para mulheres, as quais podiam realizar o trabalho em casa. O Sr. Ildefonso Augusto da Silva, nascido em 1879, filho de Juvêncio Antônio da Silva e de Dona Senhorinha Maria de Jesus, descendente uma família tradicional, fundou o respeitável estabelecimento comercial e industrial, o qual chamava “Casa Mineira”, onde eram produzidas diversas mercadorias manufaturadas, tais como: selas, silhões, estribos, barrigueiras e outros acessórios.



Oficina N.S.das Dores, de Joaquim Bernardido da Silva, 1906 Foto autorizada por Cássio Dos Santos Júnior (de Araxá,MG)

 

 


 
Por outro lado, fazendas e sítios de produção agropecuária espalhavam-se pela zona rural do distrito. E também, numerosas famílias, que lá habitavam, realizavam trabalhos em seus próprios domicílios para suprir as necessidades das indústrias, como por exemplo, rédeas, barrigueiras, cílhas; confeccionados ou de fios de algodão, ou de cabelo animal.

Com a produção em expansão e a variedade de acessórios para montaria,  surgiu a oportunidade  para expandir o mercado e vender o produto em outras regiões; desenvolveu-se também uma outra atividade, “o mascate”. Os mascates começaram então a organizar tropas de burros, que carregavam as mercadorias em grandes balaios, feitos de bambu, que com ajuda de companheiros (tropeiros), levavam a produção para serem vendidas em arraiais, fazendas, cidades e até em outros Estados.


Os mascates viajavam por meses, acampando em terrenos de fazendas, ou até mesmo dormindo ao relento. Levavam mercadorias para a venda e trocavam-nas ou por dinheiro, ou por outras mercadorias não produzidas no distrito (escambo), tais como tecelagem, confecções de roupas para a família, ou até mesmo matérias-primas para a indústria de montaria. Uma das especialidades de montaria era o silhão, que era um tipo de montaria segura e confortável, destinado às mulheres, que utilizavam montando de lado. Esse tipo de montaria continuou sendo confeccionado por longos ano.

SILHÃO

Dando continuidade à fabricação, nos anos 30 e 40, o Sr. Lindolfo Rodrigues de Melo (meu avô) e o Sr. Levy Rodrigues de Melo (meu pai), foram grandes fabricantes de silhão, selas e outras montarias. Com a evolução dos negócios, implementada pelos mascates, veio a necessidade de agilizar e melhorar o escoamento das mercadorias fabricadas, tanto como a chegada de produtos e matéria-prima demandados.


José Maria Arruda (Diosso), um dos donos de curtume, que fornecia a matéria prima para a fabricação das montarias e acessórios, havia cerca de cinco curtumes para fornecimento de matérias primas ( Sancler, Baiano, Sr. Deca e O Sr. Cardoso).

OBS: Fico devendo o nome de alguns dos proprietários de curtumes, que aos poucos vou conseguindo, como hoje, consegui o nome do Sr. José Maria Arruda. Talvez até encontre pessoas que possa informar os nomes. Ainda conseguirei mais detalhes que possa tornar essa matéria mais informativa. 

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